por José Carlos SousaTeve lugar no dia 29 de Abril, a primeira Assembleia de Freguesia do ano. No Periodo da Ordem do Dia, no ponto 1, a habitual Informação do Presidente da Junta sobre o que de relevante se tem feito em S. Miguel. De destacar:
Colocação de paineis informativos novos em todas as entradas da freguesia; requalificação do Largo da Turbine; rua da Padaria concluida com água e saneamento; construção, em certos locais, de suportes para colocação de contentores do lixo; ligação do saneamento da rua da Aldeia Nova à rua de Sendim.
No ponto 2, discutiu-se o Inventário de 2009; no Ponto 3, a Apreciação do Documento de Prestação de Contas de 2009, e, no ponto 4, a 1ª Revisão do Plano Plurianual para 2010.
No periodo da Intervenção do Público, uma pessoa informou que havia uma placa vandalizada na rua Zeca Afonso e que os ecopontos, na rua do Areal, estavam a dar alguns problemas , como maus cheiros de embalagens por esvaziar e por haver algum lixo nas imediações dos mesmos.
A CDU informou a Junta que um pinheiro na rua do Areal tem um cano que se pode desprender e constituir perigo para os transeuntes.
A mesma força politica tentou expor, sem sucesso, porque tanto a Junta como a oposição foram um pouco renitentes relativamente a um tema que aqui se vai explicar sucintamente.
O Turismo em Espaço Rural (TER) é uma modalidade recente de turismo, cujos principais objectivos são a redução das assimetrias regionais e a diminuição da sazonalidade do turismo em Portugal, praticamente limitado, como sabemos, ao sol e praia na época balnear.
Este tipo de turismo abarca várias modalidades como, por exemplo, turismo da Habitação, Turismo da Aldeia, Turismo Rural e Agro – Turismo.
E era sobre as duas últimas modalidades que a CDU tentava demonstrar a existência, em S. Miguel do Couto, de um local possuidor de características únicas para o desenvolvimento das modalidades referidas, sem nunca mencionar a Junta como promotora de algum destes projectos, até porque se trata de propriedade privada, mas apenas para sensibilizar o poder local desta actividade ascendente.
O local referido é a rua do Boieiro e a casa de lavoura abandonada dentro da quinta adjacente à rua. Aliás, trata-se de um local rural que se tem mantido intacto com características impares no contexto urbanístico galopante dos nossos dias.
Além disso, a União Europeia, actualmente, defende com afinco, nas suas directrizes, a preservação das paisagens e dos locais rurais. A reforma da PAC (Politica Agricola
Comum), de 1992, será o início de um modelo agricola com uma vertente ambiental, sendo aprofundada, no âmbito da Agenda 2000, e, logo a seguir, com a reforma de 2003, a nova PAC.
Estas três reformas, com destaque para a última, visam precisamente, entre outros aspectos ambientais, a preservação e a promoção do espaço rural onde a agricultura biológica e a produção de produtos naturais têm um lugar de destaque, em consonância com o turismo rural.
Tudo isto para contrariar a desastrosa politica da primeira PAC, instituida em 1962, em que a produção desenfreada, com recurso ao uso intensivo de pesticidas, adubos e fertilizantes, foi o seu principal objectivo. As consequencias foram a degradação de ecossistemas; a poluição dos recursos hídricos, do solo e sua erosão; e a alteração na paisagem ( a destruição de sebes, muros de pedra, valas e a secagem de terras húmidas contribuiram para a perda de habitats naturais de muitos pássaros, plantas e outras especies naturais).
O presidente da Câmara Municipal, aquando de uma visita de inauguração da fonte do Boieiro, situada precisamente na rua em questão, ladeada pela quinta atrás referida e pela quinta das Fontes, disse o seguinte: “
tenho palmilhado o concelho inteiro, mas desconhecia a existência deste recanto lindíssimo! ”.
