sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Assembleia de Freguesia de 30/09/2008


por José Carlos Sousa


Teve lugar, no dia 30/09/2008, a 3º Reunião Ordinária da Assembleia de Freguesia do ano em curso.
No Período da Ordem do Dia, a habitual Comunicação do Presidente da Junta. De destacar:
O Largo da Turbine está, finalmente, a concurso; intervenção na Travessa Nova; os moradores que estiverem servidos com o colector de saneamento na sua rua, podem, em breve, levantar os respectivos formulários na Junta para solicitarem a respectiva ligação à rede de esgotos; actualmente existe na escola e infantário o Prolongamento de Apoio à Família, das 15h30 às 19h30; estão abertas inscrições para as Novas Oportunidades do 9º e do 12º Ano.
A lista JPSM questiona a Junta sobre as competências que tem relativamente ao Rendimento Mínimo?
A Segurança Social tem a responsabilidade de atribuir, de fiscalizar etc. Por vezes, pedem referências às Juntas de Freguesia, por estas se encontrarem numa posição mais próxima, obtendo, deste modo, mais dados sobre quem recairá o subsídio, foi a resposta dada.
No terceiro ponto em discussão, a Junta apresentou uma proposta para atribuição de Medalhas de Mérito a pessoas distintas em diversas áreas.
A Assembleia teve um parecer muito positivo a esta iniciativa, pois aproxima as pessoas ao poder local e à freguesia em geral, ao que deve continuar no futuro.
Por fim, discutiu-se que nome dar a um pequeno caminho doado por um proprietário ao Domínio Público, uma vez que, desta forma, o mesmo dará um acesso mais condigno a terrenos adjacentes.
No Período da Intervenção do Público, um representante dos condóminos de um prédio desta freguesia queixou-se de duas situações: a primeira relativa ao mau tempo que se fez sentir há dias, o que originou uma pequena inundação de água e lama junto do edifício. A outra questão foi sobre a pertença do terreno nas traseiras do mesmo edifício.
Sobre a primeira pergunta, a Junta lamenta, mas disse que o problema advém da rua de Bacêlo que será, possivelmente, intervencionada de fundo futuramente. Sobre o terreno, diz que está, neste momento, a fazer um exaustivo levantamento de documentação que prove o verdadeiro proprietário do mesmo.

Breve comentário


Verificamos, cada vez mais, se estivermos atentos, que o regime politico dominante tenta, de uma maneira ou de outra, incutir uma cultura de conformismo junto da sociedade, uma cultura de mentalidade colectiva que não gosta muito do pensamento individual para fazer vingar os seus ideais.
Existe um tema musical composto e interpretado genialmente por Jorge Palma ( actualmente famoso pelo “Encosta-te a mim” ), datado de 1985, intitulado: “ Razão de Estado”, e que demonstra, de certo modo, esta realidade. Assim, do tema, apenas um excerto:

“... Eu conheço os segredos da tua intimidade, sei que livros te interessam
E trabalho por conta da comunidade

Sou eu quem escreve, dia após dia
A tua biografia

Sou a Razão de Estado, tenho o teu processo arquivado
Sou a Razão de Estado, posso proporcionar-te um mau bocado

Nós vivemos em crise, e a nossa sociedade
Tem que ser protegida, contra os malefícios da individualidade

Imponho a ordem, e repudio
O mais pequeno desvio ...”

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O Sócrates, o Durão e o Castro Fernandes

Por José Carlos Sousa

Nunca se viu na vida politica portuguesa um Primeiro-Ministro falar e intervir tanto como se vê hoje em dia José Sócrates.
Fala e intervém em todas as áreas ministeriais, como se tivesse açambarcado todas as respectivas pastas - como Salazar o fizera a certa altura - deixando quase ao esquecimento os ministros da tutela. E fala e intervém, aparentemente, no mais insignificante assunto, desde que este seja mediático. No meio de tudo isto há um denominador comum: fala e intervém calorosamente quando se trata de anunciar uma qualquer boa-nova, caso contrário remete a tarefa para o respectivo ministro. Ou seja, quando está bom tempo, sai à rua, quando chove, enclausura-se em S. Bento.
José Sócrates aproveita as boas ocasiões para discursar com uma imagem de esperança e preenche o momento com um certo glamour, ao contrário de Durão Barroso que transmitia um discurso temeroso acompanhado da célebre frase: “ O país está de tanga”. Um criou o Código do Trabalho, o outro agravou-o.
Cá por Santo Tirso a situação é idêntica, apenas vivida à escala regional. Castro Fernandes há muito que aprendera a lição com o regime instituído. Ou será que tem sido o inverso?
Para a Comunicação Social está sempre bem presente e até de forma abusiva. Não há momento algum em que não esteja pronto para a célebre “ foto de família”!
No que diz respeito à sua prática politica, o seu papel é o de actor, tal como José Sócrates. Faz falsas e até ridículas inaugurações, como no caso do futuro Centro Cultural Municipal, onde fez uma festa nas ruínas deste, entre outros casos igualmente patuscos.
Recentemente, tem-se escudado insistentemente no sucesso, segundo ele, da despoluição do rio Ave. Acontece, porém, que quando fala publicamente sobre o assunto, nunca o demonstra com provas concretas, apenas com provas circunstanciais. O simples facto de existirem certas espécies que se adaptam ao ecossistema, e de outras com dimensões apreciáveis, não significa que o rio esteja despoluído convenientemente, porque há explicações cientificas que contrariam a aparente adaptabilidade das espécies citadas.
O que é bem verdade, é que o concelho de Santo Tirso está entre os mais atrasados do país, com a maior taxa de desemprego, como cartão de visita. Embora o recente anúncio da criação de 600 postos de trabalho, com a instalação de um Call Center da PT ( ainda que tudo indique que os contratos de trabalho sejam precários ), seja um passo para a diminuição do flagelo de desemprego na região, deveria servir, ao mesmo tempo, de exemplo para que o poder local implantasse uma prática de forte reivindicação de programas de investimento junto do poder central, e deixar-se definitivamente desse mau vício de andar sistematicamente a iludir o povo com politicas eleitoralistas.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Assembleia de Freguesia de 27/06/2008

por José Carlos Sousa


No dia 27/06/2008, realizou-se a 2ª Assembleia de Freguesia do ano em curso.
Esta reunião quase se limitou ao período da Ordem do Dia com a habitual Comunicação do Presidente da Junta. De destacar: a rua de Sto António está praticamente terminada com rede de água e saneamento; Largo da Turbine em fase de concurso, assim como a rua da Paz; as obras de construção de duas salas de aula e uma cantina, nas instalações da actual escola, poderão começar ainda este verão; a Câmara Municipal está empenhada em intervir de fundo no ring da Associação Recreativa do Areal; negociação em bom ritmo dos terrenos para o empreendimento urbanístico no Monte Sião.
Além destes projectos, a Junta invocou eventos que aconteceram e outros que estão para acontecer na freguesia. Também se discutiu, nesta Assembleia, assuntos relacionados com o mau aspecto da entrada na freguesia pelo lado do Areal, e pelo mau pavimento na rua da Padaria.
No período de intervenção do público, um membro afecto à CDU fez um reparo a um comentário proveniente da Assembleia da ala socialista, onde haviam dito que um buraco na valeta, na Estrada Nacional 319, ainda dentro da freguesia, era uma coisa insignificante para o IEP ( Instituto de Estradas de Portugal ) no universo do distrito do Porto, mesmo que o dito buraco apresentasse perigosidade. Admitindo que esta situação seja uma realidade, acrescentou, um poder local, neste caso a própria Junta, deveria impor-se perante esta instituição para resolver o problema antes que houvessem acidentes a lamentar.
A Junta desculpou-se dizendo que tratar assuntos com o IEP implica, por vezes, muita burocracia, mas disse, peremptoriamente, estar sensível a estes problemas.

Breve Comentário

Ao fim e ao cabo, o que a CDU pretende, e o reparo acima feito é apenas um exemplo, é que os poderes instituídos, e neste caso concreto o IEP, sejam o mais eficientes possível no sentido de eliminar gradualmente os pequenos (grandes) problemas, e não cair no mesmo erro de sempre, onde a falta de verbas, a distância e o desinteresse sejam sempre a mesma desculpa.
Ainda estamos a tempo de seguir o conselho de Miguel Torga quando escreveu no seu Diário, a 28 de Março de 1985, em vésperas de Portugal assinar o acordo da sua entrada na CEE, o seguinte: ...« Confronto em que o calor do temperamento terá de dar lugar à frieza da razão, o improviso ao ordenamento, a abulia à vontade ». Fim de citação
Ou seja, para alcançar o sucesso teremos de ser, definitivamente, eficientes!!

terça-feira, 27 de maio de 2008

Quando não podes vencê-los, junta-te a eles

por Domingos Dinis

Pelas razões que todos conhecemos, Luís Filipe Menezes, abandonou a liderança do seu partido, o PSD. Por força das circunstâncias está este partido de novo confrontado com eleições. Pode, no entanto, na minha opinião, ser escolhido um hábil e inteligente líder que consiga politicas alternativas a José Sócrates e ao seu Governo por terem invadido totalmente o espaço politico do PSD.
Por conseguinte, a este só lhe resta uma alternativa, como diz o velho ditado: “ Quando não podes vencê-los, junta-te a eles”. Não tendo dúvidas que muitos socialistas tenham sentimentos da verdadeira esquerda, posso acreditar na sua profunda desilusão, mas para aqueles que ainda têm dúvidas, querem ver mais? Aí está, o Código do Trabalho, que é de tamanha injustiça social que nem ao Diabo lembra. Senão vejamos:
a alteração ao Código do Trabalho, nos pontos mais gravosos, ultrapassaram de longe a ambição do seu próprio criador, Bagão Félix.
Recentemente, o Presidente da Republica, Cavaco Silva, manifestou preocupação relativamente aos jovens por estes demonstrarem, na sua maioria, um grande desconhecimento pela politica, advertido, para o efeito, o Governo que seria necessário uma maior aproximação dos cidadãos e, em particular, dos jovens.
Por outro lado, apoiou inteiramente a ratificação do Tratado de Lisboa no parlamento com muito etusiasmo, afirmando que teria sido um dia muito importante para Portugal e para a Europa, esquecendo-se, porém, da promessa feita pelo Governo em referendar este tratado.
Como se poderá compreender esta contradição do Presidente da Republica? Por um lado manifesta preocupação dos cidadãos em geral pelo seu afastamento progressivo da vida politica, por outro apoia o incumprimento duma promessa do Governo que visava precisamente a participação dos eleitores numa importante decisão politica, através dum referendo ao Tratado de Lisboa.
Penso que é chegada a hora de dizermos basta a tanta demagogia, que estamos fartos deste Governo e da inércia do próprio Presidente da Republica. Assim sendo, apelava, desde já, a todos os portugueses a darem o primeiro sinal, participando na próxima jornada de luta em Lisboa, no dia 5 de Junho, para protestar contra o tenebroso Código do Trabalho.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Assembleia de Freguesia de 21/04/2008

por José Carlos Sousa

Decorreu, no dia 21/04/2008, a 1ª Reunião Ordinária do ano em curso. A ordem de trabalhos contemplou quatro pontos.
O primeiro, a Informação do Presidente da Junta, discrimina pormenorizadamente o que tem sido feito desde o início do ano: construção de vários abrigos para passageiros; conclusão dos estudos da turma no sistema de Novas Oportunidades; exposição de coleccionismo; estágios na Junta na área de informática etc. Outras obras estão em fase de adjudicação.
Os restantes pontos como o Inventário do ano 2007, Apreciação do Documento de Prestação de Contas do ano 2007 e a Apreciação da 1ª Revisão do Orçamento para 2008, foram aprovados por maioria.
No espaço aberto à intervenção do público, um membro da CDU fez questão de saber se a rua de Bacelo iria ser intervencionada de fundo, lembrando que a Junta dissera, em Dezembro de 2005, ter intenções em pavimentá-la. A Junta diz que a estrada que dá continuidade à referida rua está a ser intervencionada e que irá ser pavimentada por fases. Ou seja, desde a Estrada Nacional 105 ( do lado de Sta Cristina) até ao viaduto, junto ao lugar de Bairro, irá ser pavimentada a 1ª fase. Depois será o resto até ao encontro com a rua de Bacelo. O anseio da Junta, explicou, será, numa fase posterior, tentar encontrar meios para asfaltá-la por completo para estimular o comércio local e acabar de vez com o seu estado deplorável.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

A politica subtil da Câmara Municipal

por José Carlos Sousa

Na senda da sua obsessão pela propaganda contínua, a Câmara Municipal e as politicas de Castro Fernandes não olham a meios para defender o seu regime, nem que para isso recorram às mais subtis formas de enganar o povo.
Apelidado de ser um estudo inovador desenvolvido pela INTEC (Instituição Académica Especialista em Estudos na Área Humana ), que fizera o dito estudo, imagine-se, em apenas onze municípios, onde se inclui Santo Tirso, sobre qualidade de vida abordando dez áreas diferentes ( urbanismo e habitação; acessibilidades e transportes; ensino e formação; economia e emprego; cultura e lazer; turismo felicidade; diversidade e tolerância), onde catapulta o município tirsense para lugares promissores em algumas das áreas citadas.
Sem querer ofender a instituição em causa, a verdade é que este trabalho de pesquisa não pode merecer qualquer credibilidade. Basta verificar que Portugal dispõe de um universo de 308 municípios, ao que a INTEC apenas contemplou onze, ou seja, cerca de 3,6% do número de municípios.
Por isso, não será necessário indagar muito para perceber que Santo Tirso foi encaixado neste estudo para fins políticos, ou antes, para propaganda politica a que os tirsenses já se habituaram.
Para percebermos melhor a realidade, teremos que recuar um pouco no tempo e vasculhar algumas citações da Câmara, de alguns jornais e declarações de Castro Fernandes à imprensa local e nacional.
Num panfleto distribuído por um partido da oposição, há cerca de dois anos, sob o título: « Santo Tirso na cauda do desenvolvimento », cujos dados foram retirados de um sítio da Internet ( w.w.w.guiadeportugal.pt ), onde Santo Tirso surge, e agora no universo dos 308 municipios, em 306º lugar em áreas idênticas ao estudo protagonizado pela INTEC.
É claro que estes valores se referem à votação da população em geral através da Internet. De qualquer modo é sinal que algo não vai lá muito bem. Mas, no referido panfleto, continha ainda transcrito um diagnóstico social patrocinado pela Câmara Municipal que parecia justificar este atraso. Alguns constrangimentos a destacar: a inexistência de uma clara definição do perfil de desenvolvimento da região; acessos deficientes de algumas freguesias à cidade de Santo Tirso; persistência de dinamização produtiva assente em salários baixos e baixas qualificações escolares e profissionais; deficiente rede de transportes públicos em certas localidades; movimentos populacionais de abandono devido ao decréscimo de emprego na região, etc.
Podemos, no entanto, confirmar alguns destes dados e contrariar outros da INTEC pela boca do próprio Presidente da Câmara, Castro Fernandes, em entrevista ao jornal Público, no dia 21/09/2007, relativa à reivindicação de verbas do QREN ( Quadro de Referência Estratégica Nacional ) por parte dos autarcas do Vale do Ave.
Fernandes alerta para o facto da região atravessar uma situação muito difícil com um desemprego perto do dobro da média nacional, cerca de 14%. Além disso, continuou, existem camadas significativas da população com baixos níveis de escolaridade em situação de desemprego de longa duração, acima dos 45 anos, onde 60% são mulheres. Nessa mesma entrevista salienta que o Vale do Ave precisa de um forte investimento na competitividade, formação e educação. E conclui que as ligações rodoviárias entre Santo Tirso – Guimarães estão saturadas.
Noutra entrevista, já este ano, no dia 10/02/2008, no mesmo jornal e publicada na íntegra na semana seguinte no Jornal de Santo Tirso, Fernandes vai mais longe ao criticar o Governo e José Sócrates por estes não darem a atenção devida a esta região: « Há três anos que andamos a pedir coisas e não acontece nada. Esta região precisa de medidas urgentes que ajudem a minorar os efeitos da crise ». E disse ainda: « A formação é fundamental e, além disso, a rede nacional de estradas precisa muito de apoios, assim como a área de saúde ».
No final da entrevista, o jornal fez uma referência pouco animadora relativa aos indicadores sociais dos dez concelhos que compõe a AMAVE, onde se inclui Santo Tirso, com baixo poder de compra e ainda com elevadas taxas de abandono escolar.
Com a visita do Ministro do Ambiente, Nunes Correia, ao Vale do Ave onde reuniu com a AMAVE, no dia 14/02/2008, para acertar o montante das verbas a atribuir à região tendo em conta o QREN relativo ao Programa de Desenvolvimento Integrado Regional para o Vale do Ave, mais uma vez, a aflição por parte de Castro Fernandes não se fez esperar ao sensibilizar o ministro para os problemas do Ave, onde reiterou que o desemprego era de 14%, esperançado que Nunes Correia levasse o recado a José Sócrates. E relembrou que, na sua opinião, o Vale do Ave teria direito a mil milhões de euros do QREN: « Temos expectativas muito positivas, pois está na hora do país ser solidário com o Vale do Ave ». Estas declarações foram retiradas do Jornal de Santo Tirso.
Como se não bastasse, o Jornal de Notícias publicou, no dia 10/04/2008, um estudo da Marktest que, após uma análise aos dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), conclui que Santo Tirso tem a maior taxa de desemprego a nível nacional, contabilizando 5545 desempregados em Dezembro de 2007.
Mas ainda há mais. Num estudo levado a cabo pelo jornal Expresso sob o título: « Classificação Expresso das melhores cidades portuguesas para viver em 2007 », e publicado no dia 06/01/2007, abarcando vinte critérios, desde a qualidade urbanística, passando pela oferta cultural, espaços verdes, comercio, acessibilidades até à capacidade de atracção estudantil, Santo Tirso não figura nas primeiras cinquenta, ficando bem classificadas, aqui no norte, Guimarães (2º lugar), Porto (3ºlugar) e Braga (7º lugar), entre outras. Em primeiro lugar ficou Lisboa.
Depois de analisarmos todos estes dados, podemos seguramente constatar que Santo Tirso e o seu concelho têm ainda muito que caminhar para resolver os seus problemas, e não adianta a um poder politico instituído que pretende perpetuar no poder a qualquer custo, tentar enganar deliberadamente o povo. È uma atitude imoral.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Sessão pública com Ilda Figueiredo sobre Flexigurança

No passado dia 23 de Fevereiro do corrente, a concelhia do PCP de Santo Tirso organizou uma sessão pública, no salão nobre da Junta de Freguesia de Vila das Aves, afecto ao tema Flexigurança, cujos principais oradores para explicar esta tese foram os camaradas José A. Ribeiro e a eurodeputada Ilda Figueiredo.
Abriu as hostilidades José A. Ribeiro com questões relativas ao concelho onde não poupou críticas ao governo e ao município, ambos socialistas. Classificou o concelho numa crise social profunda, cujas consequências não são totalmente visíveis, e com uma taxa de desemprego a rondar os 15%.
As politicas levadas a cabo pela Câmara Municipal estiveram também na mira das suas criticas, insinuando-as de inócuas por se mostrarem impotentes na captação de investimento, acusando a edilidade de praticar as taxas de impostos superiores à dos municípios vizinhos.
Referiu-se também ao Livro Branco onde demonstra que com este se iria alterar o Código do Trabalho para pior, facilitando os despedimentos, a flexibilização geográfica e do horário de trabalho. Com este trunfo será possível despedir facilmente trabalhadores com dificuldades de adaptação ao seu posto de trabalho, e de negociar individualmente contratos de trabalho com a entidade patronal, afectando gravemente remunerações e direitos elementares.
A intervenção de Ilda Figueiredo, a protagonista desta sessão, incidiu mais, como é obvio, em questões europeias, explicando e expondo exemplos concretos pormenorizadamente.
Começou por informar que a designada Estratégia de Lisboa, em 2000, onde se prometia mais emprego, não passou de uma miragem. Na altura, o PCP alertara que certas propostas deste tratado iriam ser ruinosas para as questões laborais, como a liberalização das telecomunicações, correios, energia etc. Os factos falam por si: a flexibilidade laboral para criar o pleno emprego acabou mal, pois desde 2000 criou-se mais emprego precário. Só em 2001 existia na EU 60 milhões de empregos precários, actualmente são cerca de 100 milhões. Em Portugal, especificamente, 40% dos contratos de trabalho são precários.
O Tribunal de Justiça Europeu também não foi poupado às suas críticas por este órgão de soberania ter-se agarrado à Carta dos Direitos Europeus, que é um documento hipócrita uma vez que o seu teor não favorece convenientemente os trabalhadores.
O Tratado de Lisboa, assinado recentemente, é a continuação dos atentados aos direitos dos trabalhadores, ao que Ilda Figueiredo apela à existência de um referendo para o tentar travar. É um tratado fundamental para as grandes empresas, porque havendo desemprego forte, os patrões mais facilmente impõe as suas regras.
Contudo, os inconvenientes não ficam por aqui. Com este tratado, Portugal perde o seu comissário, perde as presidências rotativas, perde deputados, os seis maiores da EU ( Alemanha, França, Inglaterra, Itália, Espanha e Polónia ) perfazem 57% do Parlamento Europeu, ou seja, o Tratado de Lisboa vai no sentido das maiorias absolutas. Mais, a liberdade de concorrência não poderá ser falseada, isto é, os países vão ter mais dificuldades em defender os seus serviços públicos.
Mas no meio disto tudo, qual será o sector onde cada país deverá aumentar o seu orçamento? O orçamento militar. Cria-se uma agência militar europeia em parceria com a NATO, impondo-se deste modo mecanismos repressivos aos povos que protestarem e não concordarem com as suas politicas.
Ilda Figueiredo finaliza esta explicação dizendo que o Tratado de Lisboa lança os alicerces de um super-estado na União Europeia. E finalizou a sessão respondendo a perguntas feitas pelas pessoas que assistiram à sua palestra.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Retrospectiva

por José Carlos Sousa

Passaram-se cerca de oito anos desde que respondi, no jornal de Santo Tirso, ao então e actual presidente da Câmara Municipal, Castro Fernandes, depois deste ter emitido um comunicado, o primeiro como presidente, à população do concelho de Santo Tirso.
Estávamos em 1999, e não obstante o concelho ter acabado de ser amputado em oito freguesias, com a independência da Trofa, o dito comunicado transparecia de esperança para o que restava do concelho. Infelizmente, o destino tem sido bem diferente, para pior.
Mas voltando à minha réplica intitulada: “ Resposta ao comunicado emitido pelo presidente da Câmara”, publicada em 31/12/99, praticamente todas as reivindicações ali discriminadas encontram-se hoje terminadas ou quase, embora uma ou outra fosse realizada por força das circunstâncias, como no caso do Acesso rápido a Santo Tirso ( que passa em frente ao Pão de Açúcar), que fora asfaltado de novo por causa da estadia da selecção francesa no Euro 2004. Disso não tenhamos dúvidas!
Na verdade, o concelho até à data tinha aproximadamente 106.000 habitantes, o 5º mais populoso do distrito, ultrapassado apenas por Gondomar, Matosinhos, Gaia e, claro, pelo Porto. A sua diminuição, muito por culpa de rivalidades politicas e sociais entre Santo Tirso e Trofa, só trouxe desvantagens que actualmente podemos constatar: o metro irá chegar à Trofa, não ao concelho de Santo Tirso; o encerramento do balcão da EDP; o encerramento do balcão das Finanças das Aves; o encerramento da loja da PT; o encerramento da Maternidade e outras valências do hospital, e a 306ª posição de Santo Tirso no Ranking de Desenvolvimento Municipal, num universo de 308 municípios, são sinais preocupantes para um concelho que se dizia progredir no futuro!
Os principais lideres políticos nacionais que visitaram o concelho pouco trouxeram, a não ser para marcarem presença, como no caso de Guterres, em 1996, que se deslocou a Santo Tirso para inaugurar o quartel inacabado da GNR, provavelmente para compensar a sua falta de comparência no comício para as legislativas, no Verão de 1995.
Ou para campanha politica, onde João Cravinho, em 1998, ganha aqui protagonismo ao inaugurar, também, a nova ponte sobre o Ave antes de nela se poder transitar.
Ou ainda a visita de Cavaco Silva, no inicio dos anos noventa, na qualidade de Primeiro Ministro. Este estadista disse logo na altura, ou deu a entender, que a têxtil estava condenada por causa, e cito as suas palavras “... da sua forte concentração nesta região ...”
Recentemente, numa tentativa de apaziguar amarguras deste concelho deprimido, José Sócrates, veio a Santo Tirso, com uma lufada de ar fresco, anunciar a construção de acessos rodoviários.
Mas, se os anteriores lideres actuavam daquela forma, demonstrando pouco interesse e por estarem enclausurados nos seus gabinetes em Lisboa, o mesmo não se poderá dizer dos seus autarcas que deveriam lutar afincadamente pela sua região. Em vez disso, apostam fortemente no populismo e na demagogia. Alguns exemplos típicos: a “Revisão Semafórica”, no concelho de Santo Tirso, por ordem de Joaquim Couto, noticiada na televisão, ainda em 1999, depois de vir a lume a noticia da electrocussão de uma criança num desses aparelhos de semáforos. Um aproveitamento politico lamentável.
Por sua vez, Castro Fernandes, há poucos anos atrás, aparece na RTP dizendo, etusiasmado, que o combate à poluição no rio Ave, através do Sidva ( Sistema Integrado de Despoluição do Vale do Ave), era um sucesso: “... a toxicidade da água está praticamente resolvida, falta resolver o problema da sua coloração que os técnicos estão a tentar solucionar...”.
Actualmente constatamos que nem uma coisa nem outra, o Ave é um rio completamente poluído, e o Sidva, um importante investimento feito na região, tem-se logrado num grande fracasso.
Mais recentemente, assistimos a uma espécie de inauguração do Cine-Teatro Municipal com música e demais festejos a temperar o acontecimento mas, para estupefacção nossa, o mesmo ainda se encontra em ruínas, ou seja, simplesmente não se iniciou a sua construção. Os tirsenses terão que começar a interrogar-se o que significa afinal o termo inauguração.
A tudo isto, ainda podemos juntar um rol infinito de propaganda politica na comunicação social e nos boletins camarários.
O que realmente seria necessário para este concelho era uma mudança de mentalidade de quem rege os seus destinos. Os seus autarcas não podem continuar a governar com base em politicas populistas. O povo, por seu turno, ao aperceber-se desta atitude deve protestar procurando alternativas que mais se adeqúem à boa prática governativa, e não deixar perpetuar no tempo politicas ultrapassadas que nada contribuem para um verdadeiro progresso.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Assembleia de Freguesia de 27/12/2007

por José Carlos Sousa

A última Assembleia de Freguesia do ano transacto realizou-se no dia 27/12/2007.
No Período Antes da Ordem do Dia, a lista JPSM (Juntos por S.Miguel) referiu que a linha, ao centro, no pavimento da Estrada Nacional 319 não bastava, pois os peões não dispõem de protecção, nomeadamente uma linha contínua a delimitar o seu trajecto.
A entrada na freguesia, pela rua do Areal, também não apresenta as melhores condições, devido à disposição de alguns mecos na berma da estrada.
O Período da Ordem do Dia começou com a habitual comunicação do Presidente da Junta. Desta informação se destaca:
- Conclusão da requalificação no espaço do edifício da Junta.
- Em fase de concurso, a rua de Sto António e Largo da Turbine.
- Projecto de saneamento e abastecimento de água (2ª fase).
- Projecto para a colocação de abrigos de passageiros em alguns pontos da freguesia e substituição de outros degradados.
- Actualmente a Junta dispõe de uma funcionária diária para tarefas de limpeza e também para uma primeira abordagem.
No segundo ponto discutiu-se as Grandes Opções do Plano para 2008, que se dividem no Plano Plurianual de Investimentos e no Orçamento.
A lista JPSM pergunta porque razão a rua do Monte Sião não está contemplada neste plano? A resposta dita que tal não se justifica por haver indefinição do seu trajecto devido a estudos e projectos de loteamentos adjacentes.
A mesma lista questiona também a Junta se esta estaria interessada em adquirir o edifício das antigas escolas?
A Junta diz que não está interessada porque o escadario que lhe dá acesso é muito íngreme e, por conseguinte, não facilita a utilização daquele edifício para qualquer actividade pública. Além disso, o seu preço é elevado.
Por fim, aprovou-se, por unanimidade, as Grandes Opções do Plano.
No espaço aberto à intervenção do público, houve duas questões feitas pelos elementos afectos à CDU. A primeira sobre o estudo do transito. Depois questionaram se os contentores do lixo eram substituídos ou lavados periodicamente pela empresa de recolha.
Sobre o estudo do trânsito, a Junta disse que estava a ultimar um estudo nas ruas de Bacêlo, Sandim e Cela, para depois entregar na Câmara Municipal. Relativamente aos contentores a resposta foi afirmativa.


Breve Comentário

Nesta Assembleia a Junta fez questão de fazer algumas críticas à CDU, concretamente face à sua exposição destas mesmas assembleias na imprensa local, criticas essas sobre as quais discordamos.
Acusa-nos de aproveitamento politico relativamente ao exposto por nós no jornal de Santo Tirso, em Outubro de 2007, onde referimos uma simples colaboração entre a Junta e um nosso elemento numa simplicíssima tarefa, que passamos a citar: “... a Junta fez questão de louvar um elemento do público ali presente, afecto à CDU, por este ter denunciado e colaborado directamente na sinalização de dois poços...”. Fim de citação.
Por outro lado, a Junta também nos critica que, pelo facto de não termos assento na assembleia, deveríamo-nos apenas pronunciar como elementos do público, sem filiação partidária.
Discordamos completamente quando nos acusam de aproveitamento político. A Junta fez questão de explicar que não pensou em partidarismo. De qualquer forma, ao escolher um membro de cor politica contrária à sua para efectuar uma determinada tarefa, como foi o caso, deu uma boa imagem! É uma atitude de maturidade democrática de quem solicitou e de quem aceitou executar o trabalho.
Do mesmo modo, não entendemos porque razão não devemos pronunciar-nos, na qualidade de força politica, no espaço reservado à intervenção do público quando o entendermos. Se assim fosse, a Junta estaria mais descansada, pois não teria que se preocupar com uma força politica que critica e expõe construtivamente.
Para quem acompanha a vida politica de S. Miguel do Couto, verificará que a Junta se tem apoiado em ideias e propostas da CDU para concretizar alguns dos seus projectos.
Em suma, à CDU reserva-se-lhe o direito de se pronunciar como tal quando e onde bem entender, não se devendo intimidar seja por quem for, e manter o seu rumo de independência face a qualquer tipo de pressão.