terça-feira, 27 de maio de 2008

Quando não podes vencê-los, junta-te a eles

por Domingos Dinis

Pelas razões que todos conhecemos, Luís Filipe Menezes, abandonou a liderança do seu partido, o PSD. Por força das circunstâncias está este partido de novo confrontado com eleições. Pode, no entanto, na minha opinião, ser escolhido um hábil e inteligente líder que consiga politicas alternativas a José Sócrates e ao seu Governo por terem invadido totalmente o espaço politico do PSD.
Por conseguinte, a este só lhe resta uma alternativa, como diz o velho ditado: “ Quando não podes vencê-los, junta-te a eles”. Não tendo dúvidas que muitos socialistas tenham sentimentos da verdadeira esquerda, posso acreditar na sua profunda desilusão, mas para aqueles que ainda têm dúvidas, querem ver mais? Aí está, o Código do Trabalho, que é de tamanha injustiça social que nem ao Diabo lembra. Senão vejamos:
a alteração ao Código do Trabalho, nos pontos mais gravosos, ultrapassaram de longe a ambição do seu próprio criador, Bagão Félix.
Recentemente, o Presidente da Republica, Cavaco Silva, manifestou preocupação relativamente aos jovens por estes demonstrarem, na sua maioria, um grande desconhecimento pela politica, advertido, para o efeito, o Governo que seria necessário uma maior aproximação dos cidadãos e, em particular, dos jovens.
Por outro lado, apoiou inteiramente a ratificação do Tratado de Lisboa no parlamento com muito etusiasmo, afirmando que teria sido um dia muito importante para Portugal e para a Europa, esquecendo-se, porém, da promessa feita pelo Governo em referendar este tratado.
Como se poderá compreender esta contradição do Presidente da Republica? Por um lado manifesta preocupação dos cidadãos em geral pelo seu afastamento progressivo da vida politica, por outro apoia o incumprimento duma promessa do Governo que visava precisamente a participação dos eleitores numa importante decisão politica, através dum referendo ao Tratado de Lisboa.
Penso que é chegada a hora de dizermos basta a tanta demagogia, que estamos fartos deste Governo e da inércia do próprio Presidente da Republica. Assim sendo, apelava, desde já, a todos os portugueses a darem o primeiro sinal, participando na próxima jornada de luta em Lisboa, no dia 5 de Junho, para protestar contra o tenebroso Código do Trabalho.